aplinist verongelukt op Pão de Açúcar
Rio — O alpinista Bruno da Silva Mendes, de 32 anos, que morreu ao escalar o Pão de Açúcar neste domingo, despencou de uma altura de 70 metros no momento do acidente. A queda teria sido provocada pelo rompimento de um cabo de aço que fica preso ao paredão por grampos também de aço. A informação foi dada pelos dois primeiros alpinistas que chegaram ao local, por volta das 15h30m. Bombeiros do Grupamento de Operações Aéreas (GOA), com apoio de militares do Humaitá, resgataram o homem por volta das 16h30m. Ele estava acompanhado de Andrea Pereira, de 40 anos, que também se feriu.
O oficial de Justiça Carlos Correia dos Anjos e o bombeiro da reserva Josivaldo de Jesus contaram que tinham terminado uma escalada, quando funcionários do Caminho Aéreo Pão de Açúcar — que administra o local — pediram ajuda, já que haviam constatado um acidente.
— O cabo estava partido. O rapaz era quem guiava a escalada e caiu de uma altura de cerca de 70 metros, batendo várias vezes nas rochas. A menina também se machucou. Ela ficou presa pelas cordas, que queimaram suas mãos e a apertavam tanto, que, quando chegamos, ela estava sufocando — contou Carlos Correia.
Os bombeiros levaram o rapaz de helicóptero e pousaram na Escola de Educação Física do Exército, dentro da Fortaleza de São João, na Urca, na Zona Sul do Rio. Segundo informações dos bombeiros, a vítima ainda estava viva e morreu ao dar entrada no Hospital Rocha Maia.
Segundo Correia, o caminho escolhido pelos alpinistas não apresenta alto grau de dificuldade. Eles subiram pela rota conhecida como Via dos Italianos e estavam na Via Ferrata, ou Cepi, a aproximadamente 20 metros do cume.
O presidente da Federação de Montanhismo do estado, Delson Queiroz, disse que o acidente ocorreu em um dos trechos mais populares de escalada do Pão de Açúcar. Ele acrecentou que uma equipe da entidade vai vistoriar o local na segunda-feira para confirmar se houve ou não o rompimento do cabo. De acordo com Delson, a responsabilidade pela manutenção dos equipamentos de segurança cabe aos clubes de montanhismo que primeiro ''conquistaram o local''. No caso dessa via, o clube não existe mais, e a manutenção é comunitária.
— Os cabos eram relativamente novos. A última manutenção foi feita há cerca de quatro anos — disse.
Delson acrescentou que hoje os alpinistas têm optado mais por usar mãos e pernas para se apoiar nas escaladas do que recorrer a cabos.
Desacordado no resgate
O tenente do Corpo de Bombeiros, Thiago Henrique Germano da Silva, que participou do socorro às vítimas, contou que, quando os bombeiros chegaram ao local, o rapaz já estava desacordado.
— O estado dele aparentava estar muito grave, ele sofreu múltiplas lesões. A mulher que estava com a vítima está bem, ela sofreu apenas algumas escoriações — conta Silva.
O tenente disse ainda que não chegou a observar se houve ou não o rompimento do cabo porque a prioridade era fazer o resgate das vítimas.
Andrea desceu do bondinho por volta de 18h30m e foi levada por uma ambulância do Corpo de Bombeiros para o Hospital Miguel Couto, na Gávea. Depois que ter sido resgatada, ela passou boa parte do tempo sentada numa área de apoio do paredão.
O dentista paulista Roberto Andrade contou que cerca de 200 pessoas estavam no alto do Pão de Açúcar quando o acidente aconteceu.
— Muitos turistas, principalmente estrangeiros, ficaram assustados, sem entender o que acontecia. Só sabíamos que alguém havia caído na escalada. A gente fica na dúvida sobre a segurança que os cariocas e os turistas têm para escalarem — disse o turista.
A assessoria de imprensa do Caminho Aéreo Pão de Açúcar afirmou que só se responsabiliza pelo complexo turístico e não pela manutenção das vias.
Durante o regate, o helicóptero deixou um médico com o alpinista no morro para os primeiros-socorros, enquanto retornava para Copacabana para resgatar duas jovens que se afogavam na praia. Depois, a aeronave retornou ao Pão de Açúcar. Segundo os bombeiros, as banhistas passam bem.
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